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  • Foto do escritorVitor Maionchi Berardo

Intercâmbio para Malta, vale a pena?

Atualizado: 13 de dez. de 2019


Em 2011, ainda adolescente, escolhi o Canadá. Em 2016 a escolha foi África do Sul. Cheguei em 2017 com algumas possibilidades de intercâmbio. Me planejei para um mês de férias, e desses 30 dias eu queria passar ao menos 2 semanas vivenciando uma nova cultura.

Optei por Malta, país ainda pouco conhecido pelos Brasileiros (E arrisco dizer pelo mundo todo), é um conjunto de três ilhas que fica localizado abaixo da Itália, no sul da Europa, no mediterrâneo.

Começando do início, escolhi entre as escolas que vi, optei pela que melhor atendia minhas necessidades (de mesclar o aprimoramento do inglês com a possibilidade de conhecer o país no tempo livre), fiquei com a EC, vale destacar que Malta tem um leque amplo de escolas, e quando você pesquisar, peça a opinião do especialista para analisar qual se adéqua mais ao seu perfil! A acomodação eu juntei realmente o custo-benefício com a vontade de vivenciar algo novo. Fiquei em homestay com café da manhã e janta incluídos, em quarto duplo com outro intercambista (não-falante de português). Dividir quarto pode ser uma chance a mais de você treinar o idioma. A companhia aérea escolhi a que estava mais barata na época em que fechei o pacote, foi a Air Turkish, com uma escala de 11 horas em Istambul, Turquia. E então decidi como levaria meu dinheiro, dividi uma parte no travel card que a agência oferece de graça (o cartão), e a outra parte levei em papel moeda. Esperei o câmbio baixar, carreguei o cartão e fiz o pedido de papel-moeda.

Tudo pronto, embarquei e a viagem com a Air Turkish foi ótima, super indico a companhia, gostei do atendimento tanto nos aeroportos quanto nos aviões. Aaah, vale destacar que os turcos adoram os brasileiros, foram super simpáticos em Istambul! Chegando em Malta, o transfer me buscou no aeroporto e me levou até a homestay. Eu dei sorte, fiquei menos de 20 minutos andando da escola, mas poderia ter ficado até uma hora de ônibus, quando você for fazer seus orçamentos nas agências, o consultor provavelmente vai te explicar essa parte, homestay não tem como garantir localização!

A homestay

Minha homestay era uma mãe, pai, um moço de 20 anos e uma adolescente de 15. Eles tem dois quartos para quatro estudantes, dois em cada quarto. Outra coisa que é bom trabalhar a expectativa, é que as casas de família recebem sim os estudantes bem, porém é bem provável que não sejam como a família no Brasil. Nesse caso vivenciei isso, meu contato maior era com a host, no café da manhã e na janta. Eu dei muita sorte com meus companheiros de quarto, na primeira semana fiquei com o Trazie, um moço de 25 anos que nasceu na Serra Leoa, ficou seis meses em Malta e o inglês dele é ótimo, ele me apresentou algumas coisas da cidade no primeiro dia, e ainda me levou pra sair com os amigos dele (foi sorte real). Depois da primeira semana ele voltou pra casa, e entrou um japonês super simpático, só que ele não fala quase nada de inglês, então ficamos na base da mímica e com ele não conversei tanto quanto o Trazie. Não tive problema com nenhum deles, e ambos respeitaram meus espaço e vice-versa.

Sobre o pacote de alimentação, a minha dica é: Analisa bem se vale a pena você fechar só café da manhã, ou café da manhã e janta. Falo isso porque eu fechei ambos pelo custo-benefício, mas ao mesmo tempo não jantei em casa algumas vezes porque tive apenas duas semanas, e queria aproveitar que estava lá no verão e escurecia tarde. Nesses casos eu apenas deixava um recado pra host pra que ela soubesse que eu não jantaria em casa e não precisaria fazer o jantar pra mim.

E mais um ponto importantíssimo: Homestay tem regras, e nós temos que segui-las, não apenas em Malta, em qualquer país. Vivenciei isso no intercâmbio para o Canadá também. Como pra mim isso é tranquilo, não tive problemas sobre as regras. Alguns exemplos: Banho de 5 minutos, horário da janta entre 18 e 19 horas. Horário do café da manhã até no máximo 11 horas, lavagem de roupa uma vez por semana, entre outras. E mesmo com as regras que não são as mesmas que vivencio aqui no Brasil, eu amei a homestay real, a Dorithy (host) super conversava comigo nas horas das refeições e foi ótimo para eu desenvolver um pouco mais o inglês.

A escola

Escolhi a EC e fazer o curso regular porque ela funciona de uma maneira diferente da maioria das escolas. Tem double bank, ou seja, segunda, quarta e sexta um horário e terça e quinta outro horário, tudo depende do seu nível e turma que cair, ai você pode cair com tais dias de manhã ou a tarde. No início fiquei desconfiado se seria uma boa, mas foi ótimo, porque durante a semana eu podia sair e chegar a noite sem ficar cansado no dia seguinte pois minha aula seria a tarde.

Além das aulas, a escola organiza vários passeios, e ai vale pesquisar quando chegar no país, alguns valem super a pena de fechar com a escola, outros nem tanto, porque da por exemplo pra ir de ônibus e gastar apenas 4 euros (valor do ônibus ida e volta). Gostei bastante do time acadêmico da EC e da organização deles. Eles disponibilizam para os alunos chips de celular de duas operadores, eu peguei um da GO, e ai fui na loja carregar, como só precisava de internet, carreguei 10 Euros, que me deu 1 Giga de internet. Deu e sobrou para as duas semanas que fiquei em Malta. A EC ainda disponibiliza cartão de estudante que te da desconto em várias atividades e locais do país, e se você quiser comprar os bilhetes de ônibus, consegue comprar direto na escola também. Ou seja, pra eles só tenho elogios!

Malta, um país que vive em outro planeta

Por que esse título? É simples, em duas semanas lá eu não soube de um assalto, uma notícia ruim que fosse referente a pessoas que faziam qualquer tipo de coisa ruim com outras, voltei para casa vários dias depois das duas da manhã, a pé e sozinho e não me senti inseguro em momento algum (Claro que não fiquei dando bobeira com o celular na mão, não vamos arriscar né rsrs).

Além disso, as pessoas lá são muito simpáticas, tanto os Malteses quanto os inúmeros estrangeiros. Aaaah, mas tem Brasileiro? Sim, bastante, qualquer lugar que você faça intercâmbio hoje em dia tem brasileiros, sendo muito honesto. Ai vai de você combinar com eles de falar só inglês, ou fazer amizades com pessoas de outras nacionalidades pra manter o idioma inglês no seu dia a dia. Sobre nacionalidades, percebi que além de brasileiros, lá tem muitos italianos e turcos, provavelmente pela proximidade, ambos os países ficam a menos de duas horas de avião de Malta.

O clima no verão é ótimo pra quem gosta de praia, peguei 15 dias de sol, sendo alguns deles quentes demais (tinha uma onda de calor chamada Lúcifer na Europa), cheguei a vivenciar 43°C, mas o comum no verão é bater os 35°C, quem gosta de calor, vai ser muito feliz lá!

E ao contrário dos outros países que conheci, que as baladas acabem tipo duas da manhã, Malta se torna a exceção, com baladas que varam a madrugada em Paiceville, e vários estabelecimentos 24 horas nas proximidades da região, que eu comparo mais ou menos com uma Augusta (São Paulo), muitos bares e baladas. Mas quer notícia boa? A grande maioria das baladas tem entrada free pra todo mundo, você só paga o que consome. Da pra ser mais feliz que isso? E tem balada pra todos os estilos, latina, LGBT, POP, country, etc.

Sobre as praias… Eu não tenho palavras, estive em algumas das melhores praias da vida, só que não pensa que tirar foto maravilhosa pro Insta é fácil não, ta? Porque a maioria das praias lá são de pedra, e não areia. Eu via criança de 5 anos se divertindo em alto mar, e eu mal conseguindo passar da costa de pedras pra entrar no mesmo mar rsrs. A dica de praias que deixo aqui: De fácil acesso vale muito a pena ir na Riviera Bay, leva uns 45 minutos de ônibus pra chegar do centro de Sliema (onde ficam localizadas a maioria das escolas). É uma praia de areia, como as que estamos acostumados. E além disso, também indico irem na Blue Lagoon, só que ai a viagem é mais longa, tem que pegar ferrie e tudo mais, porque fica na Ilha de Comino, não da pra ir todo dia, mas vale a pena visitar.

A gastronomia não deixa a desejar, por estarem próximos da Itália, eles tem muita massa nos restaurantes, além de pratos típicos como coelho e alguns outros que não estamos acostumados. Como é um país que vive do turismo, o que não faltam são restaurantes!

Me surpreendi positivamente com o custo de vida no país, achei baixo se comparado com outros países da Europa. Eu conseguia comprar água de dois litros por 50 centavos de Euro, dois pedaços de pizza e uma coca lata por menos de 4 euros. Um prato de massa por 7/8 Euros. Claro que convertendo não é super barato pra nós, meros mortais que ganham em reais, mas é mais barato que muitos outros países europeus.

Mas Malta é só maravilhas? Não, eu destaco como coisas que não gostei: O trânsito, que é caótico para um lugar tão pequeno, as pessoas não dirigem bem rsrs. O sistema de ônibus deles não funciona muito bem, e os horários não são muito fieis ao que está escrito nos pontos. E as pessoas fumam nas baladas, eles tem lei que proíbe, mas lá quem é punido e leva multa, é a pessoa que consome o cigarro na balada, se a polícia pegar, sendo assim muita gente se arrisca e você sai fedendo a cigarro da balada. No Brasil a lei pune o estabelecimento, por isso funciona e ninguém pode fumar em lugares fechados.

Eu acredito que pra finalizar, vale deixar uma pequena lista de lugares que eu visitei e amei: - Valleta: A capital de Malta, é rica em história, tem igrejas e construções belíssimas, aconselho a a tirarem um dia inteiro pra visitarem, porque é muita coisa pra ver; - NAAR RestoBar: Um barzinho delícia com música ao vivo a noite, fica na região de Sliema, não tão centralizado, mas o ambiente é muito agradável e a comida é ótima; - Marsaxlokk: Uma vila de pescadores, ela não é grande, porém super acolhedora e com várias opções de restaurantes pra almoçar; - Ilha de Gozo: A segunda maior ilha do país, é um passeio que vale a pena demais, é a mais católica de todas (vale destacar que Malta é um dos países mais católicos do mundo); - Baladas LGBTs: Mesmo sendo extremamente católico, é um país gayfriendly, e ai dou destaque pras baladas LGBTs de Paiceville, as melhores músicas pra danças; - Popeye Village: O filme gravado décadas atrás teve como cenário a Vila do Popeye, que fica em Malta, é um passeio pra fazer uma vez só, eu adorei, achei a vila super fofa, você ainda consegue tirar foto com o Popeye, Brutus e Olívia; - Surfiside: O restaurante é uma delícia e de quebra você consegue ir pra praia, no verão a água estava uma delícia. Nota: A praia é de pedra, então se prepare pra dificuldades pra entrar na água rsrs.

Acredito que isso resume um pouco minha experiência em Malta, eu super indico pra quem que fazer intercâmbio, e recomendo todos os citados no texto!

Publicado originalmente em: Blog Verbatômico.

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